Foi quando em 29 de Maio de 1995, promovendo sua turnê do álbum THE DIVISION BELL, o Pink Floyd lança o álbum que viria a se tornar referência de qualidade audiovisual, o qual deram o nome P.U.L.S.E. A essa altura, o Mainstream comportava o reposicionamento de bandas como Metallica que adequaram seu som a uma demanda que se criou com base no grande apelo que a Mtv exercia. Nomes dos anos 60 e 70 como Robert Plant, Jimmy Page, Eric Clapton, The Allman Brothers, dentre tantos, iniciaram projetos e adaptações em diversos trabalhos para atender a demanda criada pela emissora que, a essa altura, já era uma marca mundialmente conhecida e atuante.
Mas com o Pink Floyd, a situação sempre foi contrária a tudo que era pensado e idealizado pelas bandas, em relação a suas atividades comerciais. Depois de um desgastante litígio entre os integrantes remanescentes da banda e o membro fundador Roger Waters pelo uso do nome, a banda não foi muito feliz com o álbum de estreia sem Waters, o "A Momentary lapse of Reason" de 1987. Entretanto, o álbum rendeu a banda um registro fantástico e revolucionário na época, o álbum "Delicate Sound of Thunder" que foi relançado em uma versão Deluxe em 2020.
O "Delicate" foi o divisor de águas da banda em relação a tudo que se transformaria o posicionamento do Pink Floyd nos palcos, composições e arranjos. Sempre trabalhando em parceria com Mason e Wright, Gilmour assumiu a frente como o principal compositor e idealizador da sonoridade que já era percebida em "The Final Cut".
Os efeitos visuais do show, levaram ao entendimento dos produtores da época quais caminhos a serem seguidos na busca de uma experiência imersiva e sensorial oferecida ao público. Sem dúvida, a influência do Pink Floyd nessa revolução nas apresentações se originou no período da turnê do "Delicate Sound of Thunder."
Mesmo com a turnê seguindo forte e do álbum ao vivo chegar ao 11° lugar na Billboard, quarto na Austrália, Nova Zelândia e Suiça, a banda não conseguiu afastar o fantasma da crítica que se referia ao "Momentary" como um álbum muito abaixo do Pink Floyd que a essa altura, já era considerada uma das bandas mais influentes do mundo. De toda forma, devido as enormes batalhas judiciais envolvendo Gilmour e Waters pelo uso do nome da banda, o público estava ansioso por um material novo do Pink Floyd e levou o álbum a mais de 5 milhões de cópias vendidas em todo mundo. Sete anos depois, o Pink Floyd lança THE DIVISION BELL.
Já sem sofrer com a interminável "briga" com Roger Waters, Gilmour e Wright puderam usar todo o talento nas composições dos arranjos e no conceito do álbum de 1994, que teve a produção de Bob Erzin. Tanto material relativo a esse álbum foi criado, que a banda lança depois de um longo hiato o álbum THE ENDLESS RIVER em 2014 aproveitando o material que não foi utilizado no Division Bell.
Richard Wright, David Gilmour e Nick Mason |
P.U.L.S.E. foi o trabalho que sintetizou toda a força e o talento de David Gilmour que, em outras ocasiões, sofreu com um comparativo criado por parte da mídia em relação a Waters. Com isso, foi decidido tocar na íntegra o álbum "Dark Side of the Moon", mostrando que a banda existia e era muito maior do que qualquer integrante dela.
Tecnicamente, P.U.L.S.E. levou uma tecnologia inovadora no conceito de audiovisual em shows, além de desenvolver novas formas de gravação de álbuns ao vivo e falar pela primeira vez em conceito de Imersão Sensorial. Assistir aos show do Pink Floyd depois de P.U.L.S.E., passou a ser uma experiência onde se tornou possível sentir o som "na pele". Roger Waters passou a adotar a tecnologia desenvolvida para os shows do Pink Floyd, o que possibilitou turnês incríveis como a THE WALL, que passou pelo Brasil em 2012.
Com isso, podemos com toda a propriedade dizer que a forma de se fazer shows e grandes concertos musicais, foi totalmente reinventada pelo lançamento de um dos álbuns mais icônicos da história do Rock.
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