O Stoner Rock é um subgênero do rock que teve a sua origem envolvida por várias opiniões diferentes. Existem relatos de bandas que desenvolveram elementos nos anos 60, outros que o estilo se formou originalmente no fim dos anos 80 com o início dos 90. Entretanto, bandas como Cactus e Leaf Hound que são dos anos 70, já demonstravam uma tendência a usar elementos do Blues com vigor e peso que também soavam como o início do Stoner.
Independente da origem real, o estilo veio ocupando o cenário de uma forma coesa revelando nomes mundiais como Earthless, Samsara Blues Experiment, Mars Red Sky e Radio Moscow, todas bandas que já estiveram no Brasil através do trabalho da produtora Abraxas.
No Brasil, a primeira banda reconhecida como Stoner Rock foi a EVIL MOTOR de Teresópolis, aqui no Rio de Janeiro.
Seguindo essa escrita, a Muladhara lança seu EP intitulado BENDER pelo selo Abraxas, a principal produtora da américa latina dedicada ao gênero. O EP tem 4 músicas, todas com uma atmosfera bem densa nos riffs e arranjos que remetem a identificação do Stoner, logo na primeira nota que você ouve.
Em conversa com a banda sobre o processo de escolha do repertório para o EP, eles falaram o seguinte:
"Foi difícil escolher as 4 músicas pro EP. Já tinhamos quase 10 músicas prontas, então antes de chegar nas 4 definitivas mudamos a escolha de músicas 3 vezes. Compor em grupo era nosso maior prazer fora dos palcos então tinhamos muito material antes de pensar em lançar algo. “Bender of The Spine”uma música com muitas nuances, e mudanças de clima. O riff principal da música surgiu como trilha sonora de um sonho do Chico (guitarrista). Felizmente ele usou o gravador que tava do lado da cama pra registrar, assim que acordou. De um riff que surgiu no sonho, surgiram muitas idéias diferentes e fomos montando o “quebra-cabeça”, que deu espaço pra uma melodia de voz depois de muito instrumental pesado e progressivo.
A letra da música surgiu depois que pensamos no nome. A idéia do nome “Bender of the Spine” veio da intenção que sentíamos no instrumental, um som pesado capaz de dobrar a coluna. Depois que escolhemos o nome, tentamos relacionar ela com a vida. O que pesa no cotidiano? Excesso de trabalho, estresse, pressão social, status, máscaras e o caos mental por isso tudo. A letra foca muito na necessidade do êxodo urbano, o desejo profundo de dar um tempo da cidade e dos negócios num lugar pacífico, silencioso, onde dormir no silêncio e andar por amplos espaços vazios é possível, e assim achar um certo equilíbrio.
O riff principal de Boca Surda veio das mãos do Maezaka (baixista) antes de começar um ensaio. Ficamos muito felizes com a energia do riff que é mais animada, diferente dos sons mais doom metal que costumávamos fazer. Com a pegada mais pra frente, a letra surgiu em forma de revolta às pessoas que só sabem falar mas não sabem ouvir. A letra também foi inspirada no nome “Boca Surda” que criamos antes.
“Sapiens” foi a única música que estruturamos no papel. Normalmente compomos improvisando, ou alguém traz uma ideia de casa e trabalhamos em cima. Em “Sapiens”, o Chico nos mostrou o riff principal que tinha um clima praiano e mais relaxante. Pra aumentar a energia da música de forma progressiva, experimentamos anotar no papel as partes A, B, C e D como um tipo de fórmula pra imaginarmos melhor a estrutura da música até o fim."
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